Como tornar sua viagem em algo fácil


Venezuela, as dificuldades.

Esta foi com certeza a viagem mais difícil de nossas vidas, certamente muito do sucesso obtido foi secundário à amizade que tínhamos com nossos companheiros de viagem, pois as dificuldades foram muitas...

A chegada em Caracas foi tranquila, já no aeroporto fomos abordados por pessoas tentando comprar dólar, na época 1 dólar valia 4,5 bolivares fortes, porém algumas pessoas ofereciam a 7,5 ou 8, isso foi em toda viagem, sugiro que a primeira troca no aeroporto seja uma quantidade não muito grande e as próximas sejam referendadas por pessoas no hotel, com isso evita-se pegar notas falsas.

Era Natal e estávamos em um país católico, ou seja, ninguém nas ruas e fomos até uma praça. Sentamos no único barzinho aberto e jantamos, posso dizer que a dificuldade de viajar por aquele país nos feriados chega a quadruplicar. Outra dica é evitar ir de uma cidade para outra nessas datas, a cidade para e não há transporte, foi bom termos programado ficar em Caracas, pois não conseguiríamos viajar na chegada. Outra dica apesar da dificuldade para reservar hotel, não deixe de fazê-lo antes, tivemos amigos conhecidos lá que tiveram dificuldades por não tê-lo feito antes.

Podem ver que com poucos parágrafos o país é cheio de dicas importantes. Bom de lá fomos a CHORONI, pegamos um ônibus (carrito) que parecia aqueles filmes com porcos, galinhas e outros animais viajando junto com a gente, o som alto quase nos ensurdeceu, mas até que estava divertida, então a próxima dica é não levar muitas malas, vá de mochilão se pretende conhecer o país. Ficamos em uma pousada na qual conhecemos os donos, foi muito bom, pois nos ajudaram a viagem inteira.

Choroni se parece com nossas praias, mas só que mais sossegado, pudemos pegar um barco e ir às praias no entorno. Vimos plantação de cacau, nos disseram que os chocolates da suíça são feitos com cacau venezuelano, não sei se é verdade.

Voltamos à Caracas, agora com a intenção de ir à LOS ROQUES, se tem um lugar que vale a pena ir à Venezuela, este lugar é Los Roques, para o venezuelano é muito caro e poucas pessoas conhecem, com isso a ilha caribenha é muito tranquila, Ideal para Lua de Mel, mas o avião é fretado, monomotor, com isso se tem medo, não vá, mas se soubesse como é qualquer um teria coragem.

Los Roques também é cercado de dicas, até hoje me arrependo de não ter curso de mergulho na época, perdemos um bom local para isso, existem inúmeras pousadas, todas muito boas, sugiro algum lugar com ar condicionado, pois é cheio de pernilongos na ilha, então, repelente é item de sobrevivência na ilha.

Quase todos os dias acaba a energia, se você quer um banho quente não deixe pra se banhar muito tarde, uma pousada com gerador é a solução. Existem várias ilhas no entorno, na primeira que fomos não levamos caixa térmica e nem água ou comida e a ilha não tinha restaurante, resultado, passamos sede e fome. O mais engraçado é que pedimos para o barqueiro nos pegar no horário mais tardio, quando deu 17h uma nuvem de pernilongos nos atacava, ficamos no mar esperando o barqueiro. Então a outra dica é não deixe de locar caixa térmica, cadeiras, guarda-sol e não deixe de levar comida e bebidas. Pra segunda ilha não tivemos dificuldades....já estávamos vacinados..rsrsr

Na Ilha principal tem um mirante, de lá de cima dá para tirar fotos lindas e à noite o barzinho próximo ao aeroporto fica muito bom, dá para sentar em puffs na beira da praia e admirar o céu estrelado. Ah, que saudades... Este é um lugar que volto com certeza.

Bom, acabou a alegria, agora seria um período de dificuldades, voltamos à Caracas, de lá teríamos que ir à Barcelona, antes da viagem não consegui pegar nenhum transfer e descobri o porque somente neste dia, as passagens são vendidas no dia, tem que chegar 4:30h da manhã na rodoviária e comprar, se não achar, volta pra casa. Isso é coisa de louco.

Em Barcelona ficamos no melhor hotel da viagem, mas foi só por uma noite, de lá pegamos um voo à Porlamar (ISLA MARGARITA), lá vi que não precisava disso, poderia ter ido de bote. Antes de ir, li em um site que as estradas da Venezuela eram péssimas, tudo mentira, quando cheguei a Barcelona me arrependi de não tê-lo feito, acho que só evitaria andar em Caracas de carro, mas o restante eu encararia com prazer e tranquilidade, a gasolina é muito barata. Agora não sei quanto à sinalização se é boa, se o GPS pega bem ou se os mapas são atualizados, mas confesso que mesmo estas dificuldades seriam pequenas perto da dificuldade de transporte na Venezuela.

Bom, se você imagina que Isla é o paraíso caribenho que tanto falam saibam que estão enganados. O local é sujo, as pousadas são horríveis (a nossa tinha parede “mofada”), a única coisa boa é que Isla é que o local é isento de taxas, isso fazia tudo ficar muito barato, principalmente as bebidas, tanto que a dona da nossa pousada era uma Belga alcoólatra.

Era próximo à virada de ano, a única coisa boa que achamos foi o Hard Rock Café, o Sr Frogs havia fechado e não havia mais nada na cidade, uns passeios meio bons, mas acabamos não fazendo. Passamos a virada de ano regados a Jack Daniels, já que o lema do grupo era: “keep walking”.

Na volta da festa da virada pegamos um taxi improvisado, mas o motorista estava tão bêbado que da praia até a pousada ele não mudou o carro para a segunda macha....

Bom, da Isla a próxima para seria CORO, os médanos de coro, o trajeto foi muito difícil, tivemos que ir à Caracas e de lá para Coro, não achávamos ônibus, foi lamentável e a viagem nos deixou estressados, o ônibus parecia um freezer, logo descobri que todos eram assim... Então, leve uma boa blusa de frio, calça confortável, meis e se puder leve algo para se cobrir.

Em coro ficamos em uma pousada dos pássaros, muito linda, mas nunca voltaria lá, os donos são mercenários, cobravam até o banho quente, para lavar roupa, etc. A cidade é aconchegante e os médanos são muito bons para conhecer, mas não imperdível.

Passaríamos em MARACAIBO, mas duas pessoas nos falaram que lá só tinha uma ponte legal, então resolvemos ficar por Coro mesmo. De lá fomos à MÉRIDA, estávamos ansiosos por conhecer o maior teleférico do mundo, mas só descobrimos que estava inativo (parece que voltaria em 2012) quando chegamos à cidade, o governo não permitia que se divulgasse a inatividade do teleférico.

Fizemos alguns passeios no entorno, cidades legais para conhecer, pontos com altitude que valem a pena visitar, foi talvez a cidade mais desenvolvida da Venezuela que conhecemos, estava tudo maravilhoso, exceto por um ponto, não havia mais aviões e nem ônibus para voltar à Caracas, então a próxima dica é, se for à Mérida e tiver que voltar à Caracas, ou tenha um carro ou deixe as passagens de avião compradas.

Por fim, esta foi a viagem até a Venezuela, foi um misto de dificuldades e prazeres, confesso que mais o primeiro item. Mesmo assim penso em voltar, não pudemos conhecer Canaima e a maior cachoeira das Américas. A próxima viagem pra lá devo ir pelo Brasil (em Boa Vista) alugar um carro, ir até Canaima, de lá para Isla e depois Los Roques para mergulhar, então não voltarei mais àquele país, provavelmente.